Sinfonietta per orchestra classica, op. 52

A obra estrutura-se em dois blocos principais, separados por uma brevíssima interrupção do discurso musical, que se subdividem, cada um deles, em dois “andamentos”: I – Apertura solennissima Fiorellini notturni; II – Scherzino scheletricoGlissandi festivi. Não sendo uma obra estritamente tradicional no que à sua estrutura concerne, esta Sinfonietta não deixa de incorporar ou de lembrar diversas fórmulas do cânone clássico. A primeira parte é constituída por uma introdução em tempo lento-rápido, que anuncia os materiais dos quais deriva todo o desenvolvimento musical da obra e que, depois de um início intimista e misterioso, apaixonado até, instaura uma nebulosa de cor marcial. Esta “solene” abertura desemboca num calmo e longo andamento de contemplação e de imaginário nocturnal, em que se exploram delicadamente diferentes matizes de cor e textura enquanto algumas linhas, sobretudo nos instrumentos de sopro, se desvelam e se destacam liricamente. A segunda parte começa com o que corresponderia a um Scherzo, qual terceiro andamento de uma sinfonia clássica; aqui, todavia, o “divertimento” é breve e scheletrico (trocadilho com os termos esquelético e eléctrico), e explora sonoridades feitas ora de ruídos frágeis (um esqueleto dançando?) ora de súbito, exponencial ou insistente frenesim, aqui e ali lembrando até qualquer coisa do universo do jazz ou o signo do amolador de rua. Depois de uma relembrança cruzada de ambientes antes anunciados na primeira parte, a Sinfonietta termina com uma rápida secção de escalas e glissandi festivos e rompantes.

A Sinfonietta per orchestra classica foi-me encomendada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, que desde há algum tempo acompanho de muito perto, mantendo com os seus músicos uma relação de admiração e amizade. Dedico-lhes, por isso, esta partitura, no seu 23.º aniversário.




data 2014-2015

efectivo 2.2.2.2 / 2.2.0.0 / timp / cordas

duração 13’

estreia Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção de Michael Zilm, Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, 14/06/2015.





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